Um novo estudo realizado pela UFC Universidade Federal do Ceará em colaboração com as Universidades Federais da Paraíba e Piauí encontrou em uma espécie de louro que cresce na Amazônia, a Aniba riparia , propriedades até então desconhecidas .
Segundo os pesquisadores, as folhas desta planta teriam um efeito antidepressivo natural devido a uma substância orgânica presente em seu interior conhecida como reparo III que pelos testes realizados se confirmaria ser um verdadeiro aliado no combate à depressão, ansiedade e estresse em pessoas.
A Repairina III é um alcalóide que é uma substância orgânica nitrogenada presente na natureza nas sementes, folhas e cascas de inúmeras plantas. Este alcalóide há muito vem sendo estudado pelo Departamento de Neurofarmacologia da UFC devido às suas altas capacidades ansiolíticas e antidepressivas.
O louro, além de ser uma erva aromática muito popular, é conhecido por ser uma planta medicinal – pertencente à família Lauraceae – com mil benefícios; mil mais um desde a descoberta desse alcaloide na espécie amazônica pode mudar o jeito mundo afora de tratar os transtornos de humor e ajudar quem quer tratar a ansiedade e a depressão da forma mais natural possível.
Modelos de comportamento
A primeira parte do estudo focou em modelos de comportamento usando animais. Nessa fase, camundongos são estimulados a adotar padrões de comportamento que simulem certas condições humanas.
No estudo, um grupo de cobaias recebeu a riparina via oral, diluída em água destilada, enquanto outro grupo recebeu apenas água destilada, servindo como controle. Ambos foram submetidos a situações de estresse, às quais respondiam com comportamento semelhante à depressão. Após uma série de testes e estímulos, o grupo que recebeu a riparina mostrou-se muito mais resistente à depressão induzida por estresse do que o grupo controle.
A segunda parte da pesquisa envolveu testes neuroquímicos. Nesse tipo de estudo, são analisadas áreas como hipocampo e córtex pré-frontal do animal, bem como o nível de substâncias associadas ao comportamento depressivo. Uma vez que isso ocorre, comparam-se os níveis dessas substâncias do grupo controle com aquele que recebeu a riparina 3.
A pesquisa analisou os níveis de neurotransmissores do sistema nervoso central (monoaminas), citocinas pró-inflamatórias, estresse oxidativo, níveis de cortisol, bem como de fatores neurotróficos. Todas essas substâncias estão, de alguma forma, associadas a um quadro depressivo, mesmo que a ciência ainda esteja buscando a melhor explicação para essas relações.
Comparando com o grupo controle, em todas elas, a riparina demonstrou excelentes resultados, gerando um efeito semelhante ao antidepressivo. “A gente fechou um ciclo, investigando todas essas situações. Por isso a pergunta do título do artigo. Na realidade, a riparina respondeu a muitas hipóteses que estão relacionadas à depressão”, diz a Profª Cléa Florenço, coordenadora da pesquisa.
Fonte: Agência UFC