Cientistas que estudam biomateriais projetados na Universidade de Toronto (UT) podem ter descoberto uma solução para deficiências visuais consideradas atualmente incuráveis. O tratamento utiliza duas células saudáveis em uma injeção de hidrogel. O método já foi testado em camundongos e apresentou resultados satisfatórios. Apesar da longa caminhada para a conclusão dos estudos e uso efetivo da técnica em pessoas com esta limitação, os pesquisadores estão otimistas com os sinais já vistos.
A equipe envolvida na pesquisa estuda há anos tratamentos para doenças como retinite pigmentosa rara e degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Estas enfermidades apresentam, posteriormente, o mesmo resultado: a morte de células na parte posterior do olho. Para entender melhor esta dinâmica, nas duas doenças pode ser observada a deterioração do epitélio pigmentado da retina (EPR) e das células fotorreceptoras. De acordo com a professora e autora do estudo, Molly Shoichet, o EPR e as células fotorreceptoras possuem unidade funcional, ou seja, se um tipo de célula morrer, o outro também morrerá.
Quando todos estes aspectos são levados em consideração, a solução plausível é apenas uma, a injeção de versões saudáveis de ambos os elementos, objetivando a substituição das células já mortas. Mas já que a sobrevivência e o bem-estar destas novas células injetadas estão diretamente ligados, o desafio foi alvejar as duas ao mesmo templo, o que tem levado a resultados otimistas.
Para que a descoberta fosse possível, os cientistas utilizaram de uma nova forma de hidrogel, já estudada há anos pelo grupo. Trata-se de um biomaterial. O longo do estudo, os pesquisadores carregaram hidrogéis com células fotorreceptoras e perceberam que a mistura proporcionou melhorias na visão de ratos em estudos anteriores. Agora, o método possibilita que as células EPR também entrem no tratamento, o que torna o estudo inovador, pois nenhum outro experimento neste sentido realizou a junção das duas células.
Resumidamente, o hidrogel, ainda segundo a professora Molly Shoichet, é viscoso o bastante para oferecer uma boa distribuição das células na seringa, mas também ideal para passar pela agulha.
Teste em camundongos
Para que as suspeitas fossem comprovadas, a injeção foi testada em camundongos. Parte dos ratos receberam a dupla mistura e a outra parte apenas um placebo, não sendo possível que a equipe identificassem os dois grupos. No decorrer nas análises, os cientistas começaram a observar uma melhora nos camundongos que haviam recebido a mistura de células. O resultado final foi o avanço de pelo menos 10% na visão dos animais.
“Quando começamos a perceber que algo realmente estava acontecendo ali, ficamos entre o otimismo e entre o medo, pois o experimento também poderia separar os ratos recuperado em vários grupos, mas isso não aconteceu e estamos muito felizes com este passo tão importante”, afirmou o autor principal da pesquisa, Nick Mitrousis, sobre a reação quanto ao comportamento posterior do ratos.
Mitrousis também acredita ainda ser necessário demonstrar o método em outros animais, bem como ter fontes de células fotorreceptoras humanas para levar este estudo mais a fundo. Também é preciso desenvolver uma forma de melhorar ainda mais a sobrevivência celular, o que já está sendo analisado pelo grupo.
Fonte:University of Toronto
Créditos da imagem: O autor do estudo, Nick Mitrousis, no laboratório da Universidade de Toronto Mindy Ngyuen
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