Um menino de 6 anos morreu no sábado (20), em Manicoré, no Amazonas após ser atendido com o braço quebrado e ter tomado quatro anestesias para enfaixar o braço. A criança deu entrada no hospital Dr. Hamilton Cidade na quinta-feira (18), após sofrer um acidente de moto com o pai, que também ficou internado.
Na colisão, a criança fraturou o braço e foi levada à unidade hospitalar, mas no sábado ainda não tinha imobilizado o membro. Durante a noite o menino foi levado para realizar o procedimento. A mãe acompanhou o filho e disse que o médico aplicou três anestesias locais antes de enfaixar o braço do menino.
Mesmo assim, a criança continuava acordada e sentindo dor, por isso o médico teria aplicado uma quarta anestesia, geral. A mãe disse que começou a prestar atenção nos sinais vitais da criança e percebeu quando o pé do filho foi ficando branco e a boca roxa. O médico fez uma massagem para tentar reanimá-lo.
“Vi o pezinho dele ficar branco, branco. Depois toquei no coração dele, senti ficando fraco e quando eu falei para o médico, ele verificou que a boca dele estava ficando roxa e aí começou a fazer uma massagem para tentar reanimá-lo”, disse aos prantos.
Em seguida, os médicos levaram o menino para outra sala do hospital onde, segundo a mãe, ele foi intubado. Ela afirmou que não pôde entrar na sala e que a notícia do falecimento só foi dada por volta de 22h30. A criança foi enterrada dois dias depois e a mãe espera justiça pelo filho.
Em nota ao G1, a Secretaria de Saúde do Amazonas disse que entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Manicoré, responsável pela gestão do hospital, para apurar as circunstância do atendimento. A Secretaria da Saúde de Manicoré informou ao governo do estado que instaurou uma comissão para avaliar a conduta do médico. A Secretaria da Saúde do estado diz que vai acompanhar o processo.
“Meu filho era um menino alegre. Todo mundo o conhecia. Pode vir aqui e perguntar. As enfermeiras que o atenderam sempre o viam radiante, feliz, confiante que tudo ia dar certo”, desabafou. “Eu quero justiça pelo meu filho. Meu filho merece justiça”.
A tia do menino, Adrieida Rebouças, de 31 anos, disse que a família pede respostas e o caso não deve ficar impune.
“Colocaram no atestado de óbito que ele morreu vítima de parada cardíaca, mas isso foi consequência do procedimento feito pelo médico. Estamos muito abalados com tudo isso, o Saimon era um menino forte, saudável e alegre. Nós queremos respostas”, reitera.
O caso foi registrado no 72° Distrito Integrado de Polícia (DIP) e segue em investigação por parte da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).
A mãe do menino, Sandy Freitas Pantoja, está fazendo questão de postar vídeos nas redes sociais que mostram Saimon ainda muito bem de saúde, sorrindo e brincando. Horas depois ele estava morto.
Veja o vídeo:
Informações do G1